Você vive rodeado de amor?
Essa pode parecer uma pergunta idiota, mas a resposta diz muito sobre sua atual habilidade de conquistar mulheres e até mesmo manter os relacionamentos. Uma pesquisa do Ibope afirma que 28% da população brasileira declara não ter recebido carinho na vida, enquanto 21% afirma jamais ter manifestado carinho a qualquer outra pessoa.
Esse impasse vai de encontro a dois problemas da vida adulta: o primeiro é a necessidade plena de realização, inclusive no amor, que pode nos fazer escolher mal nossas companhias, pelo simples medo de ficar só. Outro problema é a falta de habilidade em dar carinho: na correria do mundo, tudo o que as pessoas realmente procuram em relacionamento é carinho, e se você não sabe como dá-lo, dificilmente manterá relacionamentos duradouros.
A esse tipo de “solidão latente” a ciência dá o nome de carência afetiva. Não é a falta de sexo, ou de um grande amor na vida, mas sim a falta de um abraço, um afago, alguém para te ouvir que fazem com que a carência afetiva tome corpo dentro da vida de alguém. E, claro, ela se torna ainda mais visível quando as pessoas entram em relacionamentos vazios, a procura de pegação e sexo, e continuam sem ter profundidade nos relacionamentos.
Carência afetiva não é coisa de “mulherzinha”
Ao contrário do que muita gente pensa, carência afetiva não é coisa de mulher – e menos ainda de “mulherzinha”: pode atingir nós, homens, com uma facilidade arrebatadora. Para isso, basta que não tenhamos (ou não consigamos reconhecer) formas de carinho em nossa vida.
Os relacionamentos primários (com pais, irmãos, avós e primos) é que vão ditar as primeiras regras do afeto, e a falta dessas interações podem gerar uma carência que, em um primeiro momento, pode parecer irreparável. A boa notícia é que existe uma saída para tudo, inclusive para essa carência que pode te atrapalhar.
Como se livrar da carência afetiva
A verdade é só uma: ninguém gosta de alguém carente, porque as pessoas carentes tornam-se extremamente dependentes de outra pessoa para ser felizes. Isso dá ao outro lado da relação o fardo de fazer o companheiro feliz o tempo inteiro – e isso acaba tirando da pessoa sua própria chance de felicidade.
Resumindo: quem é carente não consegue manter relacionamentos longos, o que agrava ainda mais seu caso de carência afetiva.
Mas então, como virar o jogo?
A melhor forma de descobrir como se livrar da carência afetiva é através de ajuda psicológica. O especialista vai tentar descobrir onde está a raiz do seu problema e tratá-lo da maneira mais adequada. De repente, o tratamento é mais simples do que se imagina; às vezes, leva tempo. Mas a verdade é que não dá, de jeito nenhum, para deixar esse tipo de problema passar em branco.
Uma forma de tentar perceber seu nível de carência é através das suas conversas com os seus principais círculos de amizade: se você é daqueles caras que cobram demais a presença dos amigos, faz esforço para chamar atenção dos pais e familiares ou se sente preterido com facilidade, procure ajuda psicológica. Esses sinais podem ser indicadores de que algo na sua vida está incompleta – e se reflete em uma carência sem limites.
A minha dica pessoal para evitar que a carência se manifeste com facilidade é parar de procurar relacionamentos só pelo medo de ficar só: seja em um simples flerte no Facebook ou em uma aproximação na balada, não tente – e não diga – coisas que você não gostaria realmente de fazer, mas age pelo impulso de uma auto realização. É claro que a conquista é uma forma de se realizar, mas procure sempre buscá-la pelo prazer do jogo, e não pelo medo de permanecer só.